Fotos

O 4º dia de Encontros - domingo, 24 de maio

. Conversa sobre necessidades da Terra .

Quem cuida do seu quintal, cuida da Terra.
Em algumas famílias, existia um costume, as árvores eram plantadas
no quintal e presenteadas às crianças ao nascer. Assim, os pequenos sabiam
que aquele pé de tangerina, de goiaba, ou de manga, ou...  estava a seus cuidados,
cresciam juntos. A criança cuidava da sua árvore e, muitas vezes, quando
fazia a colheita algum adulto levava os frutos para vender na feira, 
com o dinheiro trazia algum presente que podia ser por exemplo, 
uma caixa de bombinhas de São João.

Ah! Estão vendo aquela câmera ali, na foto? Tudo foi registrado, 

em breve o filme será exibido para toda comunidade. Avisaremos!
Aliás, todas as fotos aqui postadas são de Newton Goto, Mariza Tezelli
ou
da produção do encontro.

. Danças e Brincadeiras Tradicionais .




Todo mundo é criança e gosta de brincar, cantar e dançar.

. Encerramento .

Para encerrar os quatros dias de encontros e histórias, festa na Vila com o Grupo Girassol.
O 1º Mãe das Mães terminou aqui, mas os baús abertos, a terra mexida, os corações pulsando continuam reverberando e as sementinhas seguem germinando.

O 3º dia de Encontros - sábado, 23 de maio
. A roda sobre partos .
Dona Áurea ajudou incontáveis bebês a nascerem no Vale do Capão. E mesmo assim, diz que não tem conhecimento, que não sabe de nada. Falou das ervas usadas
utilizadas no parto, no pós 
e nos cuidados com os bebês. Ao seu lado está Natália, 
uma parteira que atualmente mobiliza um lindo trabalho no Vale, o Parir que 
promove reuniões semanais com as grávidas.  Natália ajudou a conduzir a 
conversa numa roda cheia com tantos casos emocionantes.


O sorriso largo e contagiante destas três mulheres é de família. Dona Juceli,
 a mãe e duas das filhas: Danúbia e Jucimara, compartilharam 
as histórias de seus partos.
Tanta mulher reunida, muita emoção. 
Falou-se da espiritualidade do parto, das rezas que ajudavam (e ajudam) nesta hora.
Neste lugar tem uma tradição de soltar três foguetes quando uma criança nasce. 
O costume vem da época que era difícil o acesso e a comunicação nas diferentes
localidades do Vale. Assim os parentes e amigos que moravam distante eram 
avisados do nascimento. Dona Áurea, contou que antigamente,
ao invés de foguetes eram três tiros com a espingarda.

Cosme e Damião são muito festejados no Vale do Capão, Nice (de amarelo) 
é uma das que oferece caruru todo ano. Ela nos contou do seu parto de gêmeas, 
Cristiane e Cristina,disse que durante a gestação não fez exame que
comprovasse que seriam duas, mas ela sentia. A parteira lhe disse que quando
as meninas estivessem com uns 3 anos ela teria que 
começar a fazer a festa para os santos, caso contrário as meninas
poderiam ser muito 'malinas'.  Já se vão mais de 20 anos de carurus.

. A Cura pelas Ervas .

Olha quanta gente chegou no sábado de tarde para ouvir, falar e 
aprender mais sobre o poder das ervas. Foi uma lindeza só ver as 
pessoas chegando carregando as ervas de seus quintais, e tantos 
anotando nos caderninhos.

'Seu' Dôzinho, Dona Juceli, Luci, Dinha, Marilza, Dona Valdite e 'Seu' Santinho.
Muito conhecimento junto. Cada quintal uma farmácia viva.

. Manifestação Cultural Local .

"Ô de casa, ô de fora, ô de casa ô de fora
Maria vai ver quem é"

É o Terno das Ciganas que vem chegando!
Abrindo o tapete rosa no verde, carregando o estandarte vem Vilma.
Nascida no Capão, filha de 'Seu' Gilsinho e Dona Dalva, 
sobrinha de 'tia' Anita,
mãe de Raquel ... a árvore genelógica é frondosa!
Vilminha é uma mulher que tem o baú da memória recheado de histórias. 
Que ela generosamente abre e compartilha com alegria e carinho, 
assumindo e valorizando o passando, acolhendo e fazendo o novo. 

Agradecemos ao Terno das Ciganas que encheu o templo do LothLorien
com música, dança e alegria, assim é 
a folia de Santo Reis.
O 2º dia de Encontros - sexta-feira, 22 de maio

. A roda sobre Mitos, Lendas e Festejos Locais .

Para iniciar o segundo dia, foi exibido o curta 'O Mito Nativo do Arco Íris'
(de Nívia Lacerda), 
filmado no Capão por moradores e encenando um mito local.  

Na roda, adultos e crianças (alunos da Escola Comunitária Brilho do Cristal),
filhos e mães, avós, tios, primos e netos compartilharam as histórias.

. Cantos e Rezas Tradicionais .

Na tarde, quando o tema era Manifestações Artísticas Locais, a prosa virou uma grande roda de cantorias.  As meninas nas fotos são: Valentina - na sanfona; Dona Nadir - cheia de histórias, cantigas e muito bom humor e alegria de viver; Teresa - pandeiro; Andréa - com a zabumba; Dona Lourdinha - este sorriso contagiante e as mãos que nos prepararam os deliciosos lanches de todos os dias; Dona Dinha, Dona Luci e Dona Luzia trouxeram a música na voz, nas palmas e nas lembranças deste e de outros tempos.


Os cantos são para brincar e também para expressar a fé. 

Dona Anita nos apresentou seu livro da '3ª lição' em português de ortografia antiga,
seu banquinho para usar na escola e sua 'pasta' de madeira, feitos por seu avô,
na qual levava seu material para estudar.
Sua sobrinha nos contou que 'tia' Anita planta, juntos no mesmo buraco, 
um caroço de manga rosa e outro de manga espada, 
ou um caroço de 'jaca dura' e outro de 'jaca mole'. Assim crescem 
lado a lado, árvores com dois tipos de frutas.

O 1º dia de Encontros - quinta-feira, 21 de maio

. O Valor da Tradição e Transmissão Oral .

Assim foi o 1º dia do Mãe das Mães.
Uma linda roda com gente de todas as idades. 
Os mais velhos abrindo o baú
das memórias e as crianças da Escola Comunitária Brilho do Cristal 
ouvindo como eram as escolas no tempo antigo, as idas à feira, as brincadeiras 
nas noites de lua. Contaram do professor Miguel, de manhã ele pedia que
os alunos escrevessem com uma mão e à tarde com a outra, para assim 
exercitarem os dois lados do cérebro.

De tarde, as senhoras contaram como se fazia o fubá do milho
deixando os grãos secos de molho por uns três dias, tirando o 'olho' de um em um

com uma faquinha, pilando e depois cozinhando no cuscuzeiro de barro.
Lembraram que os adultos não gostavam que os pequenos tomassem banho de rio,

e os amedrontavam falando de um tal 'nêgo d'água'. Hoje, desconfia-se que
diziam isto por que não sabendo nadar, temiam não
conseguir salvar as crianças nas águas.


No desfecho do 1º dia, uma roda de Danças da Paz
aqueceu o comecinho da noite, os corações e os sorrisos.


Estas senhoras se conhecem desde meninotas, já compartilharam muito da vida.
Nestes dias, todos somos testemunhas de seus abraços quentes,
cheios de amor e da alegria do encontro.


Os preparativos

Laços e fitas coloridas, flores, passarinhos de pano, esteiras, almofadas e
carinho para transformar o templo do LothLorien em uma aconchegante 
e quentinha sala de visitas.
O LothLorien já está preparado para receber 
as Mães das Mães e todos que chegarem!

"Que o amor e o cuidado sejam sentidos em cada pequeno gesto"
Esta é a nossa bolsa de carregar histórias.